Jamais pensei que meu amigo fosse capaz de tamanha habilidade.Ele sempre me pareceu uma pessoa tranqüila, incapaz de fazer mal a quem quer que fosse.De repente, vejo seu nome estampado nos jornais.O que dizem dele, eu jamais imaginaria.Tenho pena é da esposa.A coitada não merecia isso.
Ainda me lembro, meses antes, quando recebi aquele telefonema:
-Alô?Joan?Podemos conversar?Estou com uns problemas…- disse Nick, com a voz trêmula..
– Diga, o que houve?
– É a Ana, tenho achado ela estranha…
– Estranha, como?
– Acho que quer me matar.Não nos falamos normalmente, ela tem conversado muito com a vizinha e tem uma caixa….
– Caixa?- perguntei curiosa.
-É, ela acha que eu não percebi…Há uma caixa no armário dela.Está trancado, ela não me deixa abrir.
Nesse momento comecei a achar que aquela conversa não era brincadeira.Nick estava com a voz nervosa, o que era raro.E Ana?O que gerou aquele comportamento bizarro?Nick era um bom marido e o casamento deles já durava quinze anos.Por que Ana teria a idéia de mata-lo?Essas perguntas pertubavam minha mente.Enquanto isso, o tempo passava, e eu não recebia notícias.
As novidades vieram estampadas de sangue nos jornais: meu grande amigo matou a esposa violentamente.O brutal assassinato parecia ter ligação com aquela estranha conversa.Teria sido legítima defesa?Ana enlouqueceu ou estava ambionando a herança do marido?Eu não suportava mais a curiosidade, estava tão envolvida no caso que meu interesse começou a virar obsessão.
Eu estava decidida: iria resolver o mistério.Meses depois, entrei na casa, estava abandonada e empoeirada.Intacto, no canto do quarto do casal, havia o armário que Nick mencionara, e lá dentro havia uma rosa murcha com um pequeno bilhete de Ana:
“ Querido, feliz aniversário de casamento.Glória, nossa vizinha, descobriu onde vendem rosas iguais do nosso primeiro encontro!
Te amo!
Ana.”